“[…] Não importa como, mas comece. […]”
Confira nossa entrevista com Reinaldo Fernando Leite, aprovado em 1° lugar no concurso Câmara Municipal de Itupeva/SP para o cargo de Técnico Legislativo – istração Técnica:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Reinaldo Fernando Leite: Sou formado em enfermagem pela USP, mas atualmente não atuo mais. Trabalhei na área por 7 anos e depois desisti da enfermagem. Tenho 43 anos e sou de Jundiaí-SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Reinaldo: Desde adolescente, quando fui entregar currículo pela primeira vez, achei bem estranho a sensação de entregar currículo e, caso fosse chamado, ter que aceitar algo que nem sabia o que era e se iria gostar ou não. O poder de não escolher o que queria me incomodava. Assim, já comecei a me moldar onde gostaria de trabalhar. Após formado, outra coisa me incomodava muito: as entrevistas subjetivas nos processos seletivos. A prova objetiva achava tranquilo, mas na entrevista acredito que o preconceito impera. Dessa maneira, com o ar do tempo, uma das saídas que encontrei foi os Concursos, pois não há subjetividade: se você tiver um rendimento acima dos demais candidatos, está aprovado. Não há entrevistas posteriores.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Reinaldo: Quando iniciei os estudos para concursos, comecei a focar em concursos na área da enfermagem, tinha acabado de sair da faculdade. Sou mágico profissional e a mágica sempre esteve presente durante meus estudos para concurso. Mas não é um trabalho que toma tanto tempo do concurseiro como um trabalho formal, 44 horas por semana. Trabalhava mais aos finais de semana. Assim, de 2011 a 2014 trabalhava como mágico e estudava. Após ser aprovado, assumi o concurso, onde trabalhava 6 horas por dia e, nessa época, continuei a rotina para os estudos. Estudava de 4 a 5 horas por dia.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Reinaldo: Muitos: acho que uns 16 concursos como enfermeiro. Desses, assumi 3 e, mais tarde, solicitei exoneração dos três.
Após a exoneração do último, já estava bem descontente com a profissão e decidi mudar de área. Comecei a focar em concursos na área istrativa, aqueles que exigiam apenas formação superior em qualquer área de formação, mais especificamente em concursos do legislativo. Nesses, até o momento, tive 7 aprovações, 4 delas em 1º lugar (aguardando ser convocado).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Reinaldo: No início eu era bem regrado, saia uma vez no final de semana e ia na academia pelo menos 3 vezes na semana, como uma forma de melhorar a qualidade de sono e do estudo.
Infelizmente, não dá pra levar a vida nos concursos a longo prazo com uma carga horária muito elevada. No início, a gente sempre se dedica mais, mas chega uma hora que o conteúdo começa a ficar repetitivo e começamos a ter uma porcentagem de acerto acima dos 80%. Nesse momento, conforme fui ganhando conhecimento, só a revisão já me ajudava a memorizar o conteúdo que já havia estudo. Raríssimas vezes precisava voltar a teoria.
E quanto a sair com família e namorada, era sempre aos finais de semana. Ou, às vezes, eu saia durante a semana e aos finais de semana ficava estudando.
Aquela loucura do começo dos estudos não faço mais.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Reinaldo: Essa é uma parte bem delicada para nós concurseiros. É bem difícil, no Brasil, alguém aceitar ficar trancado num quarto por horas debruçado sobre livros e apostilas, lendo no computador, vendo vídeo aulas, enfim, sem ter resultados imediatos.
A aceitação deles começa a surgir quando as aprovações começam a aparecer, mas, antes disso, eu diria que tinha uns 60% de aprovação da parte da família.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Reinaldo: Ainda não parei de estudar…rs. Nesse concurso da Câmara de Itupeva, estudei direcionado por aproximadamente 70 dias. Gosto de destacar que já tinha uma excelente base em quase todas as disciplinas desse concurso. Então, dediquei mais em resolver questões da banca: acho que resolvi umas 50 provas de concurso da banca.
Quanto a manter a disciplina, nunca tive problemas. Se tem que sentar e estudar, façamos. Estudava por uma hora sentado, levantava e tomava um café ou comia alguma coisa, algo em torno de 15 a 20 minutos, e retornava para os estudos.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Reinaldo: A maioria delas foi por meio de vídeo aulas e, depois eu pegava o pdf da aula e resolvia as questões. Quando estas esgotavam, ia para o site de questões e lá, já sei que não terá fim…rs. Sempre tem uma questão que não resolvi ainda e, certamente irei errar….rs.
Minha vida mudou quando descobri que acelerar o vídeo, ganhava mais tempo com o mesmo rendimento. Isso revolucionou meus estudos. Quando iniciei a estudar para concursos, em 2010/2011, ninguém falava em acelerar os vídeos. Fui descobrir isso em 2013/2014, ou seja, durante esse tempo todo assistia os vídeos em velocidade normal.
Quanto ao material em pdf uso muito para resolver questões e tirar algumas dúvidas específicas, pois lá, é sempre mais aprofundado do que nas aulas.
Aliado às vídeo aulas e material em pdf e questões, fiz e ainda faço muito uso do Anki como forma de revisar. Algum assunto que tenho mais dificuldade de memorizar sempre vai para o Anki.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Reinaldo: O estratégia sempre fez parte da minha trajetória para concursos. Acredito que na vida de todo os concurseiros. Conheço desde sempre…rs
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Reinaldo: Sim, estudei por outros. Cheguei a o EuVouar e Grancursos Online e, como não tinha condições financeiras na época, vi muitas aulas no YouTube também.
O que incomodava era que, para algumas matérias, não gostava do método do professor de ensinar.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Reinaldo: Nos concursos da enfermagem, todos foram por outros cursos, mas não acho que tenha refletido diretamente em minha aprovação. Cursos para concursos da enfermagem eram bem escassos na época e, o que tinha, não atendia tudo o que era cobrado nas provas. Eram cursos muito superficiais.
Estudei muito mais sozinho, resolvendo muitas questões, lendo a lei seca, livros, legislações da área da enfermagem, enfim, tive que ir atrás sozinho. Acredito que hoje esteja mais fácil.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Reinaldo: Com certeza, uma diferença tremenda. São professores que compreendem, que mapeiam a banca e o concurso há anos. E isso faz uma diferença enorme para nós concurseiros.
Como estou um pouco avançado nos estudos, comecei a tapar uns buracos nos meus estudos. Assim, iniciei o curso “Novas Perspectivas da FGV” da Adriana figueiredo. Um dos melhores curso que venho fazendo. Não vejo outro curso preparatório que tenha um curso nesse nível. Tem também o curso de Direito Constitucional do João Trindade, outro “monstro” de professor. Nelma Fontana, Herbert Almeida, informática com Renato da Costa.
As questões comentadas nos pdf´s são muito bem explicadas. O professor exaure todas as alternativas. Ou seja, se cair novamente, estamos vacinados.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Reinaldo: Estudava em média 5 horas líquidas por dia, intercalando entre todas as disciplinas que iria cair na prova. Fazia um balanço das matérias que tinha mais dificuldade, das que tinha mais conhecimento e da quantidade de questões que era cobrado nas provas bem como o peso de cada questão.
Geralmente estudava de 7 a 10 disciplinas por semana.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Reinaldo: No início eu fazia resumos, mas toma muito tempo. Quando o edital ainda não saiu ou quando o assunto é um pouco complexo, eu fazia mapa mental. Algumas disciplinas, como Regimentos Interno era mais fácil eu compreender quando fazia mapas mentais.
Cheguei a fazer muito a revisão 24/7/15/30, mas não me adaptei. Achei que tomava muito tempo. Mas de certa forma, contribuiu para a fixação do conteúdo.
Simulados era bem raro eu fazer. Eu sempre imprimia a prova resolvia matérias específicas. Por exemplo, já prestei vários concursos da banca AvançaSP, e assim, imprimia TODAS as provas da banca em que o cargo fazia sentido para o qual estava estudando, em seguida, resolvia 3 provas de português em seguida. Corrigia e, o que errava, enviava ao Anki para revisar posteriormente. Para as outras disciplinas, fazia o mesmo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Reinaldo: Resolver questões é imprescindível. Não vejo alguém ar em concurso hoje sem resolver muitas questões. Mas acredito ter resolvido poucas se comparado com os demais candidatos. Até o momento, foram mais de mais de 35.000, com certeza.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Reinaldo: Ainda tenho….rs. No início foi raciocínio lógico, pois nunca tinha estudado. Mas depois de insistir e fazer muitos exercícios foi ficando bem fácil: hoje encaro numa boa.
Acho que istração Geral e Pública foram um pouco subjetivas no começo. Depois, de tanto estudar, comecei a ver objetividade, tanto na teoria quando nas questões.
Acredito que isso acontece com todas as disciplinas: após muita teoria, pdf, vídeo aulas, e muitas questões com comentários vai ficando mais tranquilo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Reinaldo: Nesse concurso especificamente, nos últimos 15 dias, dediquei 90% do tempo em revisão. Os outros 10% fui tapando os buracos no edital com assuntos pontuais que não tinha estudado, como a diferença entre decreto, carta, ordem de serviço, enfim, assuntos bem pontuais, nada de pegar um assunto novo e aprofundar. Isso foi importante, pois tem algumas bancas, como é o caso da AvançaSP que cobra quase tudo que consta no edital. Assim, temos que fechar o edital. E O bom de ter lido isso (os 10%), foi que caíram na prova….rs
Na véspera da prova, continuei fazendo as revisões. Só revisão, assuntos que já havia estudado, apenas para fixar na memória de curto prazo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Reinaldo: Nossa, foram tantos. Um dos erros mais marcantes no início da minha jornada nos concursos foi fazer a prova sem ter feito um simulado para testar a minha quantidade de acertos. Olhando para trás, acredito que com 40 ou 50% de acertos já me inscrevia e ia prestar a prova. E o pior: eu acreditava que tinha chance….rs. Isso é ruim porque você se frusta sem saber, gasta dinheiro com inscrição, agem aérea, hotel, enfim… foi um dos piores erros.
Quanto a acertos foi, depois de muito tempo, não fazer mais o que escrevia acima e ter aprendido a focar em uma área. Se escolheu a área legislativa, por exemplo, nada de dar uma guinada no Judiciário. Sabemos da tentação no valor da remuneração da outra área, mas não podemos deixar essa emoção tomar conta, pois a chance de não sermos aprovados é muito grande. No ano ado, 2025, me inscrevi para o TRE Unificado: Técnico e Analista. Apesar de a prova ter sido prorrogada por mais três meses, não consegui estudar Direito Eleitoral. Comecei a ler a Lei das Eleições e pensei: “putz, não vou conseguir chegar preparado até o dia da prova”. Sendo assim, não fui fazer a prova e minha consciência está tranquila quanto isso. Se fosse outra época, certamente teria ido realizar a prova.
Com o andamento do concurso do TER Unificado, saiu o edital da Câmara Municipal de Cabreúva. Assim, optei por realizar o concurso da Câmara de Cabreúva, que aconteceu no mesmo dia da prova do TRE.
Já tinha fechado 90% do edital. Só precisava estudar contabilidade.
Curiosidade: dei ênfase em contabilidade, pois as outras disciplinas já tinha um conhecimento bem avançado. Resumindo: não caiu questão alguma de contabilidade. Nenhuma. Infelizmente essas anomalias acontecem…rs. Peguei o 4º lugar para Analista Legislativo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir?
Reinaldo: Sim, mas não para sempre. Estudo para concursos desde 2011 e até 2018, parei 2 vezes de estudar. Da primeira vez, fiquei 6 meses e na segunda 4 meses. Sentava na cadeira e não tinha vontade nenhuma, zero motivação. A parte boa disso era que eu tinha total consciência de que tinha estudado muito tempos atrás. Assim, sabia que era reflexo do que tinha feito e que isso ia ar. Nessa época era concursado como enfermeiro e, não tinha problemas financeiros. Trabalhar e estudar é bastante desgastante. Então, dei tempo ao tempo.
Eu aproveitava esse período para arrumar a mesa de estudos, fazer os planejamento de concursos que estivessem por vir, ler depoimentos de alunos que aram (aliás, vi muitos depoimentos), deletar arquivos desatualizado do computador, enfim, deixava tudo pronto para quando a vontade viesse, eu estava pronto.
Quando esse período chegou, voltei a estudar, mas com menor intensidade. Assistia filmes e documentários toda semana para sair um pouco da rotina de estudos. Treinava mágicas novas, enfim, tudo para sair da rotina dos estudos. Isso eu faço até hoje.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Reinaldo:
Primeiro: Comecem. Não importa como, mas comece.
Como dizem: o melhor dia para começar a estudar foi ontem.
Segundo: se tiverem condição, assinem o Estratégia Concursos. Se vocês fizerem uma estimativa do valor da e da remuneração que irá ganhar, como no concurso da Câmara de Itupeva que fui aprovado, dará em torno de 20%. Ou seja, quando eu começar a trabalhar, com apenas 5 dias de trabalho, já paguei a .
Terceiro: Vale a pena sacrificar alguns anos para ter uma vida tranquila para você e para as pessoas que estão a sua volta.