Aprovado em 1° lugar no concurso IPLANFOR para o cargo de Analista de Planejamento e Informação - Área 19: Políticas Públicas
Concursos Públicos“[…] acho que as minhas contribuições mais significativas para esse debate são sobre o candidato saber quais são os seus objetivos e formas para conseguir alcançá-los […]”
Confira nossa entrevista com Francisco Edson Barbosa Marques, aprovado em 1° lugar no concurso IPLANFOR para o cargo de Analista de Planejamento e Informação – Área 19: Políticas Públicas:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Francisco Edson Barbosa Marques: Eu me chamo Edson Marques, tenho 46 anos, nasci em Jaguaribe(CE), mas fui criado e resido em Fortaleza. Sou formado em ciências sociais pela Universidade Federal do Ceará e trabalho como professor de sociologia em uma escola pública profissionalizante de nível médio.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Francisco: Acredito que, como quase todos os concursandos (gosto de usar esse termo por ar a ideia de ser algo temporário), a estabilidade foi a minha principal motivação para começar a me preparar para os concursos públicos, mas, para além disso, a depender da área e do cargo a ser prestado, os salários e a possibilidade de uma melhor qualidade de vida foram outros bons atrativos que chamaram a minha atenção.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Francisco: Sim, na minha vida sempre foi necessário conciliar trabalho e estudos e as fases de preparação para as provas de concursos não podiam ser diferentes. Na minha estratégia de preparação eu costumava usar os momentos de maior possibilidade/capacidade de concentração na semana, à noite, para estudar teoria (tentava usar os PDFs e só assistia videoaulas se achasse que não havia entendido direito); enquanto eu avançava na teoria ia construindo o meu material de revisão: fazia anotações daquilo que considerava possível de ser cobrado, fazia mapas mentais, resumos e etc.; depois disso resolvia de dez a quinze questões para fixar melhor o conteúdo. No final de semana, na maior parte dele, eu revisava o material que havia elaborado durante a semana e aproveitava para fazer o máximo de questões sobre aquele assunto. Hoje eu vejo que isso me ajudou muito.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Francisco: Ainda não havia sido aprovado dentro das vagas, essa foi a primeira vez. Nos meus resultados mais recentes ficava classificável, no cadastro de reserva ou muito próximo dos últimos classificados. O famoso “bater na trave”.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Francisco: Reduzi o máximo que pude a minha vida social para poder me preparar para as provas. No máximo, uma vez por semana, saía com minha esposa e filhos para algum programa perto de casa. Entendo que quem quer ser aprovado em concursos públicos precisa se dedicar o máximo que puder, do contrário, vai sempre chegar perto, mas não vai conseguir a aprovação.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Francisco: Os amigos que sabiam não entendiam, os que não sabiam muito menos. Sempre precisava explicar o porque não podia sair para encontrá-los. Foi assim durante um bom tempo até se acostumarem. Já a minha família, sempre me apoiou e, com o tempo, consegui fazer com que eles também mudassem as rotinas de cada um dentro de casa a fim de que conseguissem ajudar a me concentrar para estudar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Francisco: Confesso que não estava estudando de forma direcionada para o IPPLAN, pois estava mais interessado na prova para outro órgão municipal. No entanto, como os conteúdos eram muito próximos, consegui aproveitar o tempo. Além disso, as duas provas aconteceram no mesmo mês. A minha estratégia para controlar a ansiedade era baseada em exercícios leves, porém constantes, alimentação saudável e sono de qualidade. A propósito, manter a constância nos estudos e conseguir controlar a ansiedade durante os dias que antecedem a prova são dois dos maiores desafios para qualquer pessoa que estuda para concursos. É preciso ter fé e foco no processo, bem como pensar na qualidade de vida que o cargo público pode te dar.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Francisco: Usei preferencialmente o material em PDF e, quando precisava de outra didática para entender o assunto, recorria às aulas em vídeo. Entendo que, com o material em PDF (por ser melhor sistematizado e estruturado) o concursando pode seguir seu próprio ritmo de aprendizado e de trabalho, até mesmo porque, no meu caso, eu costumava fazer anotações em cadernos específicos criados para cada matéria, e, posteriormente, esses cadernos serviram para mim como material de revisão.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Francisco: Conheci o Estratégia através da internet. Via anúncios nas redes sociais ou, quando pesquisava por aulas específicas para concursos no Youtube, via as aulas gratuitas disponibilizadas pelos professores dessa empresa.
Aliás, isso é importante, as aulas gratuitas da equipe de professores do Estratégia já dá uma boa dimensão da qualidade e do cuidado que a empresa exige das suas equipes em termos de didática e de preparação de um material completo.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Francisco: Quando estudei pelos materiais de outros cursos, eu ainda era um concursando iniciante e, portanto, não tinha experiência para avaliar, durante os estudos, a qualidade dos materiais que consumia. A avaliação negativa vinha durante as provas ou depois de ver os gabaritos. Percebi que, em alguns casos, algumas questões versavam sobre assuntos que não haviam sido trabalhados nos materiais que tive o, ou, que os assuntos não haviam sido trabalhados de forma assertiva no nível exigido pelo tipo de questão e pela banca. Foi pensando e pesquisando sobre isso que descobri que há uma forma de estudo conhecida como “estudo reverso” que tem exatamente a função de descobrir como ser assertivo o máximo possível.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Francisco: Sim, fiz alguns concursos anteriores antes de investir no Estratégia e, o máximo que consegui, foi ser aprovado para o cadastro de reserva em um concurso de uma prefeitura de um município da região metropolitana de Fortaleza. No entanto, para ser justo, acho que, nessa época, a minha pouca experiência e o meu relativo pouco envolvimento com concursos também contribuíram para que os resultados não fossem os esperados. À medida que o tempo foi ando a minha experiência foi aumentando. À medida que os resultados não aconteciam como eu esperava, o meu foco nos concursos foi se desenvolvendo. A decisão de investir no melhor curso preparatório do país chegou nesse período.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Francisco: Sim, primeiramente, senti uma diferença absurda nos materiais em PDF do EC quando comparados a outros materiais. Os do EC são muito mais completos. Percebi também que o curso produz uma diversidade considerável de materiais para pessoas que estão em momentos diferentes da preparação para concursos. Por exemplo, os PDFs por aula são para quem está no início da preparação, já que o foco é maior na teoria e menos em questões; o o Estratégico é uma material mais curto e assertivo no que diz respeito à orientar o foco dos concursandos mais experientes e que não querem perder muito tempo; a Trilha Estratégica é uma espécie de guia para que os concurseiros revisem assuntos que mais caem antes das provas, ela tem mais questões que teoria.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Francisco: Estudava no máximo duas matérias por noite, mas quando eu precisava começar matérias novas e sentia certa dificuldade (como legislação específica para o concursos, contabilidade ou RLM, por exemplo) eu preferia focar na matéria até perceber que estava aprendendo e que já conseguia um mínimo de 60% à 70% de acertos nas questões. Os ciclos de estudos são importantíssimos, reconheço, mas nem sempre comigo eles funcionaram durante toda a preparação, por isso a necessidade do concursando ter consciência do seu estágio de preparação antes dele fazer o seu planejamento de estudos.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Francisco: Nas minhas revisões eu usava os materiais de revisão que havia preparado e fazia também muitas questões. Se estivesse muito cansado, fazia no máximo 15 ou 20 por noite, mas, no fim de semana, procurava fazer o máximo possível de questões das mais variadas matérias. Em alguns casos, quando estava mais perto da prova, aproveitava também todo o tempo livre disponível para fazer questões através do aplicativo, ou para ouvir o Estratégia Cast.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Francisco: Muito importante. Diria mais, diria que é imprescindível, afinal, os índices de acerto na resolução de questões devem funcionar como termômetro da preparação focada de um concursando. Se os índices estiverem abaixo de 80% em determinada disciplina, o concursando precisará analisar seus erros para entender onde deve revisar a teoria. Na minha preparação, ao todo, até o momento da prova, havia feito aproximadamente oito mil questões das mais variadas matérias.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Francisco: Como disse, tive dificuldade em legislação específica para o IPPLAN, em RLM e, atualmente, estou tendo dificuldade com contabilidade. A minha estratégia é sempre focar nas matérias mais complicadas até sentir que consegui alguma proximidade com a disciplina e que estou conseguindo o mínimo entre 60% e 70% de acertos em questões para, só então, poder estudar outras disciplinas concomitantemente àquela.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Francisco: Na última semana de estudos tentei fazer uma revisão geral dos assuntos através da resolução de questões. Procurei organizar um cronograma de estudos onde eu pudesse dar conta de revisar os assuntos mais importantes de cada disciplina. O critério que utilizei para escolher os assuntos mais importantes foi a estatística através da Regra de Pareto (80-20). Assim, depois de descobrir os assuntos que seriam meu foco, organizei meu tempo de estudos dando prioridade, isso é, reservando mais tempo para as disciplinas que teriam peso maior na prova. Naquela semana, aproveitei todo o “tempo livre” que tive para treinar por questões.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Francisco: Geralmente eu aconselho que o concursando faça uma questão por semana no dia que for melhor para ele fazer isso. Quando digo dia melhor, quero dizer sobre um dia mais calmo onde o concursando possa reservar um lugar tranquilo para se concentrar e estudar. No meu caso, eu sabia que a prova discursiva seria composta por quatro questões técnicas, isto é, quatro textos dissertativo-expositivos sobre as políticas públicas. E, como não é possível adivinhar os temas com antecedência, procurei, ao longo da preparação, estudar alguns temas que considerava que poderiam ser cobrados e, depois disso, tentava elaborar textos entre quinze e vinte linhas sobre aqueles assuntos. Tentava realizar esse treino obedecendo a um intervalo de uma hora para cada rascunho e escrita final do texto.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Francisco: Sinceramente, pensei pouco até hoje sobre quais foram os meus erros. Afinal, entendo o processo de preparação, com erros e acertos, como uma trajetória de “movimento linear alternativo” (com avanços e retrocessos alternados), seja qual for o caso. Afinal de contas, e agora falando como professor, aprendizado depende do espaço e do tempo utilizado para aprender, depende do contexto social no qual o estudante está inserido (influências externas), depende das habilidades adquiridas previamente pelo aprendiz (influência internas), depende até mesmo dos erros cometidos, da consciência sobre esses erros e da correção de rota para saná-los. Logo, pode-se concluir que, até mesmo os erros fazem parte das trajetórias para os acertos. Portanto, os erros também me ajudaram a chegar até aqui. Agora, para finalizar e responder a essa questão, o erro que eu mais cometi no início dos meus estudos, foi o de estudar sem preparar uma material de revisão, isso é, estudava sem anotar nada. Isso, como muitos já sabem, prejudica o processo de memorização para a compreensão do conteúdo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Francisco: Sim, acho que todos os concursandos precisam prestar atenção na saúde mental. Em muitos momentos eu me senti cansado e sem confiar de que o resultado chegaria mais cedo. Isso me desanimava e, nessas horas, eu pensava em desistir, porém, parava para refletir e lembrava de todo o esforço feito até ali, do investimento em dinheiro e tempo. Concluía que desistir seria uma opção que me deixaria no mesmo patamar profissional no qual eu já me encontrava, e como já disse, eu queria outra coisa. Dessa forma, parava, descansava por no máximo dois dias, mas, mesmo nos dias de descanso, procurava assistir vídeos ou podcast de mentores que tratavam sobre o tema resiliência em concursos públicos na tentativa de entender melhor o que se ava comigo. Além disso, nos momentos de “descanso”, procurava focar em treinos aeróbicos e em treinos de força. Essa estratégia, de me “distrair” na academia, me fazia pensar que eu não estava perdendo tempo, pois, afinal de contas, tinha consciência de que iria precisar de preparo físico para enfrentar provas de “longa duração”, então, de alguma forma eu estava ali cuidando também da minha aprovação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Francisco: Gostaria de começar a responder pelo fim: onde eu cheguei não é nem perto de onde eu ainda almejo chegar. Acho que manter-se sempre em movimento, com objetivos claros de desenvolvimento pessoal e profissional, ajuda a ter sentimentos mais positivos sobre o “viver”. Acho importante pensar que é possível estar sempre aprendendo e desenvolvendo habilidades que podem ser diferenciais no alcance dos objetivos do presente ou quaisquer outros objetivos futuros.
Além disso, e para responder à primeira pergunta, acho que as minhas contribuições mais significativas para esse debate são sobre o candidato saber quais são os seus objetivos e formas para conseguir alcançá-los. As minhas sugestões são: 1) o candidato precisa ter consciência sobre os seus objetivos, isso é, sobre onde você quer chegar e porquê; 2) o candidato precisa ter consciência ter consciência sobre como os concursos públicos podem ajudá-lo a conseguir esses objetivos e também consciência sobre o preço a ser pago para isso, 3) por último, o candidato precisa ter consciência sobre o seu estado atual de conhecimentos e habilidades para desenvolver as estratégias certas para desenvolvê-los. O primeiro ponto tem a ver com aquilo que move o candidato, sua inspiração e motivação; o segundo ponto tem a ver com a trajetória que cada um está disposto (ou não) a ter (algumas das trajetórias, exatamente sobre o que foi falado lá em cima, em relação aos erros e acertos, poderão ser mais penosas que outras), e, por isso, é importante que cada um saiba o que é possível esperar dessa trajetória e quanto tempo ela irá demorar; o último ponto diz respeito ao que será necessário para conseguir atingir os objetivos.
Enfim, acho que a resposta ficou meio “aberta”, filosófica demais, mas foi esse o objetivo. Cada um sabe “onde o calo aperta”, por isso, cada um tem ou terá objetivos, trajetórias e formas de caminhar diferentes. Acho importante que o candidato esteja sempre refletindo sobre esses pontos (que dizem respeito basicamente aos objetivos e métodos) para conseguir alcançar seus objetivos.
Desejo a todos que leram esse relato consciência para saber o que precisa ser feito e força, muita força para conseguir.