“[…] é importante ter em mente que construir uma base sólida leva tempo, o que ajuda a evitar frustrações quando o resultado não vem no tempo esperado.”
Confira nossa entrevista com Lucas Leal Carvalho, aprovado no concurso PGE-PR para o cargo de Procurador:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Há quanto tempo se formou em Direito? Qual sua idade e cidade natal?
Lucas Leal Carvalho: Me formei em direito, em 2013. Tenho 39 anos e resido atualmente em Florianópolis/SC. Antes de me formar ocupei o cargo de Técnico Judiciário no TRF da 4ª Região. Hoje sou Analista no mesmo tribunal.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Escolheu o seu curso superior já pensando em fazer concurso ou chegou a advogar?
Lucas: Já estudava para concursos mesmo antes de concluir a faculdade de Direito. Como ingressei no serviço público ainda durante a graduação, não cheguei a cogitar a advocacia.
Estratégia: Sempre fez concursos para carreira jurídica?
Lucas: Fiz apenas um concurso fora da área jurídica, para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Fora esse, fiz provas para as carreiras de apoio na Justiça Estadual e Federal (TJ/SP e TRF4) e mais recentemente ei a focar na área da advocacia pública.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Lucas: Durante a preparação para a PGE-PR eu já trabalhava como Analista Judiciário. Na reta final para a prova discursiva tirei duas semanas de férias, mas fora esse período conciliei o trabalho e estudo. Estudava em média de 3 a 4 horas nos dias de semana, e por volta de 5 horas no sábado. Embora a preparação para a PGE-PR não tenha sido extensa, o estudo ado para outros concursos foi vital para a aprovação.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Lucas: Fui aprovado ano ado na AGU, na posição 235, e na PGE-GO, na 10ª colocação. Este ano ei na PGE-PR (colocação ainda indefinida, já que a fase de título ainda vai ocorrer). Não tenho planos de fazer outros concurso, pelo menos no curto prazo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Lucas: Comecei a estudar especificamente para a PGE-PR em setembro/2024, mas antes disso vinha estudando para a PGE-GO. Mantive o ritmo de estudos que desenvolvi desde o concurso da AGU, apenas reservando parte do tempo para legislação local do Paraná.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Lucas: Usei principalmente a lei seca. Costumo estudar no computador, raramente fazendo uso de papel. Acho essa forma de estudo mais vantajosa, pois os arquivos digitais oferecem maior facilidade para grifos, notas de rodapé e atualização do material. Quando estava construindo a base doutrinária utilizei muitos livros, mas nos meses anteriores ao concurso foquei na legislação e jurisprudência. Além disso fiz uso eventual de videoaulas, em especial quando algum assunto ainda não estava claro na minha mente após a leitura da lei e doutrina.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Lucas: Através das videoaulas do Youtube.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Lucas: Fiz o curso de prova oral do Estratégia. Como não tinha muita oportunidade de treinar essa parte, a prática intensiva durante o final de semana fez bastante diferença.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Lucas: Estudava entre 3 e 4 horas líquidas por dia. Não gosto de estudar a mesma matéria por muito tempo, por isso costumava gastar entre 30 e 40 minutos em cada disciplina. Levando em conta o tempo reservado para jurisprudência e exercícios, estudava 4 matérias por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Lucas: Revisava com materiais próprios – leis impressas e informativos compilados de jurisprudência. Como já tinha esses materiais devidamente grifados, era rápido revisar com foco nas partes com maior incidência nas provas. Fora isso fiz poucos resumos. No começo fazia mais, mas percebi que acabava gastando muito tempo nesse processo, por isso não dei continuidade.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Lucas: Os exercícios foram indispensáveis para a fixação da matéria. Nos últimos meses foquei bastante em questões discursivas, pois a segunda fase dos concursos costumava ser aquela em que eu não me saía tão bem. Quanto às questões objetivas, fiz ao longo dos anos por volta de dez mil questões, mas para o concurso da PGE-PR em especial foram cerca de quinhentas.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Lucas: Sempre reservo a semana da prova para revisão, em especial conteúdos com muitos detalhes como direito financeiro e tributário. A véspera da prova não é diferente. Como viajei para fazer o concurso, aproveitei o percurso até Curitiba para revisar os últimos informativos de jurisprudência, e ao chegar ao hotel reli os entendimentos istrativos da procuradoria local. Embora algumas pessoas prefiram descansar na véspera da prova, sempre tive o costume de estudar até o último dia disponível.
Estratégia: Concursos para carreira jurídica são compostos por várias fases. Como foi sua preparação para a prova discursiva? E para a prova oral?
Lucas: Para a prova discursiva foquei em jurisprudência e em ter uma visão geral da legislação, principalmente local. Para o exame oral dei especial atenção à velocidade de raciocínio e à capacidade de improviso, já antevendo que pelo menos algumas das questões seriam muito específicas, com o objetivo de avaliar como o candidato se sai quando não sabe a resposta.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Lucas: Penso que demorei bastante para entender o nível de cobrança de jurisprudência nas provas de procuradoria. No começo dos estudos eu me contentava em saber apenas a conclusão dos Tribunais, sem atentar para os fundamentos e as peculiaridades do caso concreto, o que me fazia ter um entendimento muito limitado dos precedentes. Quanto aos acertos, sempre me saí bem na parte de lei seca, provavelmente pelo costume de ler e reler a legislação desde a época em que estudava para os cargos de apoio.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Lucas: Para quem está iniciando aconselho fazer as provas adas simulando um exame real, inclusive com o tempo cronometrado. Isso ajuda muito a identificar os pontos em que o candidato está mais fraco, tornando muito mais eficiente o estudo. Além disso, é importante ter em mente que construir uma base sólida leva tempo, o que ajuda a evitar frustrações quando o resultado não vem no tempo esperado.